domingo, 28 de fevereiro de 2010

Feiticeira

Pela bruma azul de uma manhã
Molhada rua de orvalhos
Promessa de primavera
Vi-te chegar.

Neblina de flores
Em diáfano bailado
Sereia de doce andar
Olhar de quimera
Sorriste âmbar.

Revelam-se profundezas
Silêncios agargantados
Miradas esquivas
Mar de incertezas
Coraste o mundo.

De tanto colorir
Este ar que respiro
Teu corpo exala o desejo
Que me trespassa o peito
De dar-te um beijo.

Não contente meu sonho
Levou-me em asas brandas
Viver o futuro
Que agora passou.
Suspiraste a lua.

Por fim, cansado
Quase morto
Vejo outro passado
Com outra rua
Como aquela
Onde ficaste nua.


21.11.09 Beja

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