Há 12 anos atrás quando dormia na Rua Augusta em Lisboa durante uma muito falada greve de fome pela liberdade de expressão artistica nos espaços públicos, roubaram-me um caderno que continha cerca de quarenta poemas de um projecto que se chamava "Beába vai à guerra dos malmequeres aprender trovas de asfalto para cantar a Atlantis".
Sei quem o fez e nunca consegui entrar em contacto com esse senhor (?), infelizmente!
Alguns poemas aparecem em pequenos pedaços de papel perdidos entre o baú das minhas memórias. Hoje fui encontrar um escrito, se não me falha a memória, em Junho de 1996: ATLANTIS.
Sobe ao cimo do meu ser
E contempla:
A teus pés, o vale que vês,
E além, a montanha
Com seu rio de través,
Cuja beleza, tanta, tamanha,
Só comparo a teus olhos e tez.
Vem, corre Atlantis,
Apaga este fogo,
Alma incendiada
Pelas gotas do mar
Que te escorrem dos cabelos
E te deixam a pele molhada.
Vê as flores e prova o mel;
Sente o odor do seu incenso,
Pairando no Arco-íris
Estampado em teu olhar intenso.
Ouve o rufar do tambor!
quarta-feira, 3 de março de 2010
segunda-feira, 1 de março de 2010
Longínqua
Ao longe o gamo salta
Manhã cedo na savana
O capim seco e alto
Desespera já
Queima o calor
Onde se esconde
O predador.
O rugido é quando a dor
Cansada da corrida
Se entrega em frenesim
Ao final da vida.
O voraz alado
Vigia o capim
Lá do azul pesado.
O pó recusa a brisa
Salpica os bichos
Quando empurrado
Pela feroz batalha.
O sangue escorre
Na pisada palha
O gamo morre.
Beja, 26.11.09
Manhã cedo na savana
O capim seco e alto
Desespera já
Queima o calor
Onde se esconde
O predador.
O rugido é quando a dor
Cansada da corrida
Se entrega em frenesim
Ao final da vida.
O voraz alado
Vigia o capim
Lá do azul pesado.
O pó recusa a brisa
Salpica os bichos
Quando empurrado
Pela feroz batalha.
O sangue escorre
Na pisada palha
O gamo morre.
Beja, 26.11.09
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