segunda-feira, 1 de março de 2010

Longínqua

Ao longe o gamo salta
Manhã cedo na savana
O capim seco e alto
Desespera já

Queima o calor
Onde se esconde
O predador.

O rugido é quando a dor
Cansada da corrida
Se entrega em frenesim
Ao final da vida.

O voraz alado
Vigia o capim
Lá do azul pesado.

O pó recusa a brisa
Salpica os bichos
Quando empurrado
Pela feroz batalha.

O sangue escorre
Na pisada palha
O gamo morre.


Beja, 26.11.09